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 História Oral: Possibilidades e procedimentos.
 

Para o leigo pode parecer mais um livro técnico interessante apenas para o acadêmico. Mas não é. Ao contrário, trata-se de um verdadeiro manual de História Oral destinado a todos que buscam reconstruir a história de sua comunidade, sem, no entanto, desprezar a reflexão e a densidade teórica.

Como diz a autora: “Um projeto de História Oral pode ser desenvolvido em diferentes contextos, enquanto iniciativa individual ou trabalho coletivo: em pré-escolas, nos primeiro e segundo graus, nas universidades, na educação de adultos, por centros comunitários, por museus convencionais, museus itinerantes ou por museus de rua e por outras instituições”.

Enfim, é um livro que interessa a todo mundo, incluindo empresas, grupos familiares, grupos nacionais/étnicos, meios de comunicação e a gerontologia.

Entrevistar as pessoas certas, segundo o método exposto por ela, sob a orientação de especialistas e com temas pré-determinados, pode revelar um universo desconhecido e fascinante que sempre esteve à nossa volta.

Para se compreender a importância desse evento editorial é necessário saber que o Brasil está, hoje, na vanguarda internacional deste campo relativamente novo de estudo, a História Oral. É o que escreve na apresentação do livro Alessandro Portelli, professor da Universidade ‘La Sapienza’ de Roma, uma das maiores referências em História Oral, ao lado do inglês Paul Thompson, da Universidade de Essex, com quem, inclusive, Sônia Freitas estudou.

Mas qual é a especificidade desse tipo de conhecimento que permite dar conta de tantas demandas, da complexa teoria à historiografia comunitária?
Em tese, para um historiador, qualquer coisa pode ser um legítimo documento histórico. Textos, imagens, objetos. Tudo depende da teoria por trás das perguntas que se faz a eles. São conhecidas as interpretações da história cotidiana de Pompéia, por exemplo.

Curiosamente, em nossa época, acostumamo-nos a viver em um ambiente tão saturado de informações que um pesquisador tem dificuldade em interpretá-la. Desta maneira, não seria melhor, então, ir à origem e destino de toda fonte histórica, ao próprio homem, simultaneamente protagonista e autor das narrativas da experiência humana? Pois é exatamente isto que a História Oral faz: recorre à memória dos personagens vivos para contar a história do passado e do presente, por meio de “um método de pesquisa que utiliza a técnica da entrevista e outros procedimentos articulados entre si”. A História, antes relegada ao passado, ganha assim um gigantesco campo de ação - o contemporâneo.

 
Além de construir uma visão panorâmica da Nova História, e de conceitos como memória, reminiscência e imaginação, segundo parâmetros filosóficos e psicanalíticos, no livro História Oral: possibilidades e procedimentos Sônia Freitas faz uma espécie de making off de seus livros anteriores, revelando os bastidores da escolha de temas e de entrevistados e dá dicas e sugestões de roteiros para uma pesquisa abrangente. Sob verbetes que descem a minúcias como "Elaboração de projeto", "Pesquisa", "Roteiro", "A entrevista e suas estratégias de condução", "Local da entrevista", "Duração" e "Medidas pós-entrevista", Freitas procura suprir a necessidade de instrumentalizar instituições e profissionais da área pelo Brasil afora, bem como oferecer ao leigo a oportunidade de experimentar os procedimentos e possibilidades da HISTÓRIA ORAL. A obra está na 2ª. Edição.
São Paulo: Humanitas/USP/Imprensa Oficial, 2002).

 
     
     
 
 
 
 
 
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