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 Vida e Obra do Comendador Montenegro: Um lousanense visionário no Brasil
 

Um empreendedor antiescravagista no tempo do Império

Corria o ano de 1867, quando em 6 de fevereiro o imigrante português João Elisário de Carvalho Montenegro trouxe 29 pessoas de sua terra natal para fundar a Colônia Nova Louzã, nas proximidades de Espírito Santo do Pinhal-SP. Nascido na Vila da Lousã, Distrito de Coimbra, Portugal, Montenegro inovou usando exclusivamente mão de obra livre e assalariada na sua fazenda, no tempo em que o trabalho escravo e o sistema de parceria eram predominantes nas relações de trabalho no Brasil.

Homem de ampla visão, com ideias democráticas e humanistas muito avançadas para a época, fez da abolição da escravatura, da imigração e do trabalho livre e assalariado, suas principais bandeiras de luta. Apesar da resistência de alguns, sua experiência iria influenciar outros fazendeiros, contribuindo para o fim do regime escravocrata no Brasil e a vinda de mais de 3 milhões de imigrantes para São Paulo, principalmente para trabalhar na cafeicultura.

Montenegro foi pioneiro também em outras iniciativas: lançou o movimento para que a ferrovia chegasse à região de Espírito Santo do Pinhal, cuja construção facilitou e barateou o custo de transporte do café, de mercadorias, além de pessoas e ideias.

Em sua terra natal, o Comendador Montenegro participou da fundação do Hospital de São João, do Instituto D. Luís I e da primeira biblioteca pública. No Brasil, colaborou com grande soma de dinheiro para a construção do primeiro prédio da Beneficência Portuguesa de São Paulo, além do Hospital Francisco Rosas, da Santa Casa de Misericórdia de Pinhal.

A historiadora Sônia Maria de Freitas, em seu sétimo livro, Vida e Obra do Comendador Montenegro: Um Lousanense Visionário no Brasil, descreve a trajetória desse formidável português. A obra resulta de uma ampla pesquisa realizada em coleções particulares, arquivos e bibliotecas portuguesas e brasileiras. Em suas 200 páginas, a obra inclui rica documentação histórica, 120 fotografias de época, além de gráficos e tabelas.  

No prefácio, o historiador Roberto Vasconcelos Martins salienta que "faltava ainda um trabalho biográfico de peso que viesse preencher essa lacuna e fazer justiça a um ser cuja existência jamais poderia cair no esquecimento (... a autora) com a sua coragem e determinação deixará para a posteridade uma obra admirável que muito honrará aos brasileiros e portugueses".
(Polo Printer, 2013).
 

 
 

     
 
 
 
 
 
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